Sheila Forato 2m94n
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A denúncia feita pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) à Justiça Estadual mostra que os integrantes da organização criminosa que atuavam na grilagem de imóveis em Coxim tentaram, por mais de uma vez, obstruir a investigação com o claro propósito de inviabilizar a responsabilização dos mesmos.
Segundo o Ministério Público, o chefe da organização, Rodrigo Ferreira Lima, que era gerente de Tributação de Coxim, tentou intervir, com a ajuda de seus parceiros, o policial civil Márcio Rodrigues da Silva, o gerente de Habitação Thiago Cruz Cassiano, o representante comercial Ivaldir Adão Albrecht Junior e o advogado Ernandes José Bezerra Junior, para embaraçar a investigação.
O MPMS cita na denúncia que num dos casos, após a vítima S.N.S. constatar a fraude numa Certidão de Regularidade Fundiária, o grupo chamado de criminoso se movimentou para frustrar a análise da ilegalidade da Reurb (Regularização Fundiária Urbana), em nome de terceiro, que desembolsou mais de R$ 117 mil para a organização.
Como se não bastasse, conforme denúncia, logo após a tomada de terrenos de terceiro vir a público em Coxim e se tornar objeto de investigação, Rodrigo Lima e Ivaldir Albrecht trataram de intervir junto às vítimas de outro procedimento fraudulento, com ajuda de Ernandes Bezerra Junior.
O Ministério Público enfatiza, ainda, que Márcio Rodrigues e Thiago Cassiano atuaram diretamente no procedimento istrativo disciplinar instaurado pela Prefeitura Municipal para controlar os rumos da apuração interna e neutralizar possíveis desdobramentos comprometedores, “com o objetivo de preservar a organização criminosa e evitar maiores danos aos seus integrantes”, diz trecho da denúncia.
“Essa atuação coordenada revela um plano meticuloso de obstrução da atividade investigativa, com o claro propósito de inviabilizar a responsabilização penal dos envolvidos. Soma-se a isso o fato de que os denunciados buscaram contato direto com as vítimas, para monitorar, inovar nos fatos, influenciar ou conter eventuais colaborações com os órgãos de persecução penal, ampliando a rede de obstrução da Justiça”, escreveu o promotor.
O MPMS denunciou sete pessoas que constituíram organização criminosa, praticaram obstrução da investigação, corrupção iva, falsidade ideológica, lavagem de capitais e inseriram dados falsos em sistema de informações, praticaram. Além dos citados na reportagem, também foram denunciados Heverton Furtado Simões, registrador substituto do Cartório de Registro de Imóveis, e Rodrigo de Amorim Melo, que substituiu Rodrigo Ferreira Lima na gerência de Tributação. Desses, quatro estão presos.
Nota da redação
Desde o início da cobertura da Grilagem de Papel, o Edição MS disponibiliza espaço para as defesas dos acusados se manifestarem. O mesmo vale para a reportagem em tela.